quarta-feira, 8 de julho de 2015

Segurando a Corda


Esboço da palestra ministrada na Escola Intensiva de Missões (08/07/2015)

Cuidando daqueles que servem
Por Luciano Paes Landim

Introdução:
1.      William Carey: “A Índia é uma mina de ouro. Eu vou descer e cavar, mas vocês, devem segurar as cordas.”
2.      O propósito de Deus é que enviemos nossos missionários de modo que este envio seja digno de Deus, cuidando para que nada lhes falte – seja dinheiro, orações ou pastoreio.


I. Sustentando financeiramente o missionário – um sacrifício financeiro (ler 2Co 9.7):



1.      Citações:
a)      Oswald Smith: “Se Deus quer a evangelização do mundo, mas te recusas a sustentar as missões, então opões-te à vontade de Deus.”
b)      Martinho Lutero: “Três conversões são necessárias: a conversão do coração, a conversão da mente e a conversão da carteira.”
c)      John Wesley acreditava piamente que o cristão deveria não apenas dar o dízimo, mas também, uma vez tendo suprido sua família, entregar toda sua renda excedente aos necessitados.
2.      A contribuição não é somente alguma coisa que apresentamos a Deus, porém, principalmente, uma graça que Deus concede a nós. Deus nos dá o privilégio de sermos parceiros no grande projeto de evangelização do mundo e assistência aos santos.
3.      Missões é gente pobre tirando de sua pobreza até mesmo o que lhe falta para propagar o Nome de Cristo pelas nações. Ninguém é pobre demais que não possa financiar missões.
4.      A dificuldade missionária da igreja:
a)      Os jovens gastam mais com refrigerantes do que com a obra missionária
b)      As mulheres gastam mais com cosméticos do que com a obra missionária.
c)      Os homens gastam mais com sua bebida preferida ou seu esporte favorito do que com a obra missionária.
d)     Muitos gastam mais com o veterinário do seu cãozinho de estimação do que com a obra missionária.
e)      Pré-conclusão: A dificuldade missionária da igreja não é carência de recursos, mas de uma mordomia, administração, certa dos recursos financeiros dados pelo Senhor.
5.      Como devemos contribuir para missões:
a)      Com alegria: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9.7).
b)      Com proporcionalidade: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1Co 16.2).
c)      Com regularidade: No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1Co 16.2).
d)     Com sacrifício: “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2Co 8.3-5).
6.      Padrões gerais de sustento missionário em alguns países (Ronaldo Lidório):
a)      No noroeste africano as pequenas igrejas tribais plantam campos de arroz coletivamente. Quando 5 ou 6 campos são plantados eles separam o melhor deles para “missões”. O arroz produzido naquele campo é vendido e enviado a crentes que habitam em outras tribos com o intuito de levar ali o Evangelho.
b)      No sul da Índia há o costume de famílias de missionários serem “adotadas” por um grupo de famílias de uma determinada região que os sustentam de acordo com o seu padrão médio de vida.
c)      Na China vários crentes separam uma árvore em seu pomar, um dia de trabalho por semana ou uma galinha em seu galinheiro cujo lucro é destinado ao trabalho missionário.
d)     Na Indonésia algumas aldeias criaram o “dia da oferta” e todos naquele dia trazem parte da colheita a fim de enviarem aos seus missionários.
e)      Em Portugal uma pequena igreja no Porto desenvolve um projeto escolar no templo ajudando a comunidade local e destinando o lucro para o sustento de projetos missionários nacionais e transculturais.
f)       Algumas igrejas coreanas defendem a tese de que, havendo fidelidade nos dízimos, a igreja local ver-se-á sempre em condições de sustentar condignamente a obra missionária proposta.


II. Pastoreando o missionário – cuidando daqueles que servem (1Tm 4.16):



1.      Missionários são seres humanos, como todos nós. Não são super-homens ou seres superiores, e sim pessoas que precisam de cuidado, pastoreio e amor.
2.      O cuidado missionário faz parte da missão, e deve estar ligado a ela.
3.      Triste realidade: Infelizmente, um grande número de missionários volta prematuramente do campo por falta de cuidado por parte daqueles que os enviam.
4.      Muitos missionários lutam contra a depressão, as experiências dolorosas do campo, os problemas na equipe, situações de guerra e morte, atendimento médico precário, salário insuficiente, educação escolar inadequada para os filhos e falta de recursos para aposentadoria.
5.      As dores do trabalho já são terríveis por si mesmas, mas as dores do abandono multiplicam qualquer angústia.
6.      Principais problemas apontados pelos missionários:
a)      Falta de cuidado pastoral.
b)      Falta de apoio para as necessidades do ministério.
c)      Falta de apoio financeiro.
d)     Falta de comunicação.
e)      Falta de visitas regulares.
7.      Soluções práticas no pastoreamento do missionário:
a)      Liderar o missionário, mesmo à distância.
b)      Enviar as ofertas sistematicamente.
c)      Enviar mensagens ao missionário: e-mails, cartas, através de redes sociais, telefone.
d)     Enviar bons livros.
e)      Fazer viagens com o propósito de visitar o missionário.
f)       Oferecer viagem de descanso ao missionário.
g)      Obter notícias do missionário e interceder por ele.

III. Intercedendo pelo missionário – a oração é a chave para o avanço missionário (Mt 9.38):



1.      Patrick Johnstone: “Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha.”
2.      É preciso haver sustento em oração:
a)      Para que o missionário no campo tenha êxito no seu trabalho, é preciso haver sustento em oração. Tudo começa com oração. Oração e missão são tão unidas que é impossível pensar em uma sem a outra. Não se deve pensar em missão sem oração.
b)      Tudo deve começar, continuar e terminar com oração. Quando oramos, Deus opera. A obra missionária avança de joelhos, quando oramos.
3.      Exemplo de igreja intercessora:
a)      Os irmãos morávios do século XVIII, da Bavária, na Europa Central, são um exemplo marcante de suficiência missionária em Cristo. Eles iniciaram uma vigília de oração que durou mais de 100 anos!
b)      Durante 28 anos enviaram mais missionários para Groelândia, América do Norte, Caribe, África e Ásia que todas as outras igrejas nos dois séculos depois da Reforma Protestante. Os irmãos morávios eram fruto de oração e de total dependência do Deus Missionário.
4.      Motivos para se orar por missões:
a) É uma ordem de Jesus (Mt 9.37,38);.
b) Jesus deixou-nos o exemplo (Lc 6.12,13).
c) É o meio de conseguir missionários no campo (Lc 10.2).
d) É o meio de enfraquecer as forças malignas (Ef 6.12).
5.      Desafios para que se interceda por missões:
a)      Orar a Deus para que sejam levantados obreiros (Mt 9.38).
b)      Orar pedindo a Deus para que conceda graça e intrepidez aos missionários para pregarem o Evangelho (At 4.29-31 e Ef 6.18-19).
c)      Orar a Deus para que levante um exército de obreiros no campo.
d)     Orar por um despertamento e avivamento naquele lugar.
e)      Orar pela saúde dos missionários.
f)       Orar pelas famílias dos missionários.
g)      Orar pelos novos convertidos.
h)     Orar pelos não alcançados pelo Evangelho.
i)       Agradecer a Deus pelas suas respostas; e etc.

Conclusão e Aplicações:
1.      Deus honra a igreja que faz missões: Deus é tão gracioso que quando a igreja vive em obediência missionária, investindo em missão, Ele providencia os recursos materiais necessários: “Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (Fp 4.18-20).
2.      Descendo ou segurando a corda: Quando alguém oferta para missões ou ora, mesmo não indo pessoalmente, ele está, de alguma forma, levando a glória de Deus para os povos. Precisamos pescar homens de um modo ou de outro – seja descendo aos locais que precisam de Deus, seja mantendo aqueles que descem a esses locais, com orações fervorosas, doações financeiras e pastoreio cuidadoso.
3.      Advertência: É bom lembrar que, mesmo podendo cumprir o envio de Cristo de vários modos – ofertando e orando, nada nos livra da responsabilidade de pessoalmente sermos evangelistas. Ainda que você esteja segurando a corda, você não está livre do dever de ser missional.
              4. Ilustração: O jovem que se voluntariou a salvar de uma enchente uma criança.