quinta-feira, 14 de março de 2013

Autoajuda, Bibliomancia e Horóscopo Gospel


Lamentavelmente, temos visto o desprezo de muitos no que refere à meditação das Escrituras. Vivemos dias difíceis em que muitos abandonaram o estudo da Palavra de Deus. Há pesquisas que denunciam 86% de evangélicos brasileiros que nunca leram a Bíblia inteira nenhuma vez e 50,68% dos pastores e líderes brasileiros que nunca leram por inteiro o Livro de Deus pelo menos uma vez. 80% dos pastores da nossa nação só leem a Bíblia quando vão preparar sermões, afirmam pesquisas.

Tão terrível quanto não ler a Bíblia é tratar o Livro de Deus como palavras de autoajuda, horóscopo gospel e o que chamo de bibliomancia. A Palavra de Deus não é uma receita de palavras de auto aceitação e de autoajuda. Ela não fala de autoajuda, mas de ajuda do alto. A ênfase dela não está no homem, mas em Deus. Deus é quem nos aceita (os eleitos) por sua infinita graça. Vermos a Palavra de Deus como um livro de autoajuda só contribuíra com uma visão distorcida do Eterno, fazendo de Deus um ser apequenado, cujo propósito de existência é satisfazer os caprichos humanos.

A Bíblia também não é um método de adivinhação onde tiramos uma pequena porção da mesma e nos dirigimos. Pelo contrário, as Escrituras devem ser lidas por completa, não através de porções, e deve nos guiar por inteiro. Não somos nós que nos guiamos, porém, é Deus quem nos guia. A ideia de ler a Bíblia através da “caixinha de promessas” onde são selecionados apenas versículos coniventes ao leitor, deve ser rejeitada completamente. As Escrituras devem ser lidas por completas. Devemos ler toda a Escritura e não somente aquilo que nós consideramos como conveniente.

A Bíblia também não é um amuleto. Não adianta colocarmos a Bíblia aberta no Salmo 23 ou 91 em cima da nossa estante. A Bíblia tem de estar em nossa mente e coração. Ela não é um talismã que vai atrair todo mal da nossa casa para ela e nos trazer sorte. Há uma diferença enorme e fundamental entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas. Cristianismo não é animismo. Para o cristão não existe sorte nem azar, mas providência divina, plano de Deus.

A Bíblia também não é um livro mágico ou “psicografado” pelo Espírito Santo. Ela é a revelação escrita, inspirada, inerrante, autoritativa e suficiente Palavra de Deus: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16).

Portanto, digo: abandonemos o paganismo e façamos da Bíblia, mas toda Ela, a nossa meditação dia e noite. Pratiquemos a Palavra de Deus com toda a nossa força. Preguemos o Evangelho aos perdidos e vivamos para a glória de Deus.

Nos laços do Calvário que nos une,
         Luciano Paes Landim.

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